O Projeto Raízes da Cooperação em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou, em novembro, o Curso de Reabilitação Ecológica de Manguezais, voltado para estudantes, através do Programa de Pós Graduação em Oceanografia.
Com 60 horas de carga horária, o curso teve três dias de atividades em campo, nos manguezais do Rio da Madre, área em processo de restauração ecológica pelo Projeto Raízes da Cooperação.
Os participantes estudaram de forma prática e teórica sobre a adaptação dos manguezais, a cronologia sobre o avanço da espécie nos últimos anos, além de realizarem avaliações, levantamentos e análises, com o objetivo de focar no planejamento para a restauração do manguezal.
Com o objetivo de familiarizar e instrumentalizar o estudante aos temas teóricos e práticos aplicados à reabilitação ecológica de manguezais, o curso também realizou aulas teóricas e outras práticas nos manguezais da Reserva Extrativista Pirajubaé e na Estação Ecológica Carijós, em Florianópolis.
O conteúdo explorado no curso incluiu temas como a introdução à reabilitação ecológica de manguezal, fatores biofísicos, além de avaliações e levantamentos hidrológicos e ecológicos. “Também estão sendo feitas análise de perturbações, avaliação de resiliência, planejamento de reabilitação ecológica de base comunitária, além da implementação e monitoramento”, explica o biólogo e professor a UFSC, Paulo Pagliosa, que coordena o curso junto com a bióloga Alessandra Fonseca, também professora da universidade.
A disciplina, realizada de forma concentrada e presencial com aulas teórico-práticas e práticas em campo, também trouxe a análise de textos científicos. “A partir de discussões com os(as) estudantes foram selecionados temas para serem trabalhados no desenvolvimento de projetos a serem desenvolvidos como elemento para consolidação do processo de ensino e aprendizagem. Nosso estudo irá focar no planejamento para a restauração do manguezal na área”, complementa o Pagliosa.
Ao todo, uma área total de 10 hectares, dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, está sendo beneficiada com o plantio de 3 mil mudas de espécies nativas de mangue e de restinga, somada à retirada de 7,7 hectares de pinus, pelo Projeto Raízes da Cooperação, desde 2023. Além dos benefícios ambientais diretos nesses ambientes restaurados, a conservação desta área é capaz de promover a proteção e a resiliência em um total de 54 hectares de mangues, restingas, banhados e florestas do território.
Saiba mais sobre o Raízes a Cooperação:
O Projeto Raízes da Cooperação, executado pela Ação Nascente Maquiné (Anama), em parceria com a Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, atua com pesquisa científica, restauração ecológica, mobilização social, educação e ciência cidadã, visando a conservação dos manguezais e ecossistemas associados inseridos na Grande Florianópolis. Região com maior índice populacional do estado.
Estas áreas de abrangência do projeto estão inseridas em três Unidades de Conservação: o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e as federais Reserva Extrativista do Pirajubaé e Estação Ecológica Carijós, além da Terra Indígena Morro dos Cavalos. Este mosaico de áreas protegidas abriga comunidades tradicionais Mbya Guarani e de pescadores artesanais. As principais ameaças a esses ambientes vêm da urbanização, de espécies exóticas invasoras, de incêndios, do aumento do nível do mar e do esgoto irregular.
O Projeto Raízes da Cooperação tem apoio de outras instituições, entre elas, a Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Çarakura, Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e Agência de Gestão e Educação Ambiental (AGEA).