Com o objetivo de destacar a ameaça das espécies exóticas invasoras aos ecossistemas costeiros, como manguezais e restingas, incluindo seus impactos para a biodiversidade e para os serviços ecossistêmicos, o Projeto Raízes da Cooperação realizará um Webinário, virtual (Youtube), no dia 13 de Dezembro, às 19h, com o tema: “Espécies exóticas invasoras – programas públicos e projetos práticos”.
Com apoio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, o evento virtual contará com a participação de especialistas, órgãos públicos e organizações da sociedade civil que atuam no controle de espécies exóticas e restauração ecológica.
As ações do Projeto Raízes da Cooperação, executado pela organização Ação Nascente Maquiné – ANAMA, com o objetivo de minimizar essas ameaças sobre ecossistemas costeiros também serão destaque do webinário, como o corte de 7 hectares de pinus de duas ilhas, uma no Rio da Madre e outra no Rio Maciambu, em Palhoça, como parte de suas ações de restauração ecológica de manguezais e restingas. O projeto “Olha o Clima, Litoral!”, em execução pela instituição Mater Natura, apresentará suas ações para controle de braquiária que invadem áreas úmidas no litoral do Paraná. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (FEPAM), o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apresentarão os programas para controle e erradicação das espécies exóticas.
É importante ressaltar que a invasão de espécies exóticas é considerada uma das maiores causas da perda de biodiversidade no mundo. O pinus, por exemplo, foi introduzida para produção de celulose em meados dos anos 60 no litoral catarinense e se dispersa facilmente através do vento, além de se adaptar aos mais diferentes ambientes. “Por ser uma espécie invasora, o pinus coloniza grandes áreas, competindo e inibindo a regeneração natural de espécies nativas. Seu estabelecimento nessas áreas desencadeia um processo de homogeneização e simplificação da biodiversidade, já que animais e outros organismos já não encontram mais fonte de alimento e abrigo nesses locais”, explica o engenheiro agrônomo, Percy Ney Silva, coordenador técnico e fundador do Instituto Çarakura.
O projeto Raízes da Cooperação incluiu o plantio de 3 mil mudas nativas e mutirões de manejo nas áreas de restauração ecológica e áreas de influência, como forma de promover a revegetação e a reabilitação de ecossistemas. Usando como referência o Protocolo de Monitoramento do PACTO pela Restauração da Mata Atlântica, em seguida, as fases de avaliação e monitoramento terão como objetivo analisar a efetividade das técnicas adotadas.
“Ao final do projeto, teremos uma área total de 10 hectares em processo de restauração. Com a retirada do pinus, vamos possibilitar que entre luz nesses ambientes onde estão os manguezais e restingas, proporcionando a melhoria no crescimento da vegetação e o aumento da resiliência de 80 hectares desses ecossistemas, extremamente importantes na mitigação dos impactos das mudanças climáticas, como enchentes e aumento do nível do mar”, ressalta o coordenador do projeto, Dilton de Castro.
Painelistas do webinário:
Larissa Teixeira
Licenciada em Ciências Biológicas (2018) e mestre (2021) em Biodiversidade de Ambientes Costeiros pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), estudando a dispersão de fauna microendêmica nas montanhas do sul do Brasil. Atua na recuperação de ambientes estuarinos por meio da remoção das exóticas braquiárias-d’água desde 2020, atualmente coordenando a equipe de restauração do projeto Olha o Clima, Litoral!, desenvolvido pelo Mater Natura, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Raquel Pretto
Eng. Florestal, Mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, é Analista Ambiental da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul, lotada na Divisão de Planejamento Ambiental. Integra a equipe do Programa Estadual de Controle de Espécies Exóticas Invasoras da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura desde a sua criação em 2018.
Dilton de Castro
Ecólogo – Coordenador geral do Projeto e Membro da ANAMA
Possui Bacharelado em Ecologia (Unesp), especialização em Ecologia pela UFRGS, mestrado em Geografia/UFRGS e doutorando em Geografia/UFRGS. Membro do Grupo de Assessoramento Técnico do Plano de Ação Nacional “Lagoas do Sul do Brasil”/ICMBio. Presidente do Comitê de Gerenciamento da bacia hidrográfica do rio Tramandaí; Autor e organizador de diversos livros na área da bacia hidrográfica do rio Tramandaí (RS). Desenvolve projetos aplicados para a conservação da mata atlântica e pampa, com a organização da sociedade civil Ação Nascente Maquiné (ANAMA).
Elaine Zuchiwschi
Engenheira Agrônoma, Mestre e Doutora em Recursos Genéticos Vegetais pela Universidade Federal de Santa Catarina. Servidora pública do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina – IMA desde 2009, atuando na gestão de unidades de conservação e na coordenação do Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras, desde 2016, com foco em políticas públicas, regulamentações e apoio ao controle nas unidades de conservação administradas pelo IMA.
Percy Ney Silva
Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC 1982). Ecologista, Permacultor e Sócio fundador do Instituto Çarakura. Possui 40 anos de experiência em projetos ligados à restauração de florestas e paisagens e manejo sustentável dos recursos naturais. Planeja e executa projetos de agricultura regenerativa, bioconstrução, saneamento ecológico e restauração florestal. Presta consultoria no planejamento e execução de projetos permaculturais, de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) e projetos voltados ao planejamento sustentável de territórios comunitários e propriedades rurais.
Claudia Rios
Formada em Ciências Biológicas com licenciatura e bacharelado em gestão ambienta, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio desde 2009, atualmente na Gerência Regional Sul – GR5/ICMBio atuando nos temas espécies exóticas invasoras, licenciamento ambiental, planos de manejo, pesquisa e no sistema de análise e monitoramento de gestão as unidades de conservação – SAMGe.
