O Projeto Raízes da Cooperação realizou, em janeiro, seu primeiro Mutirão de Restauração Ecológica do ano, na área de restinga que contorna o Centro de Visitantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PAEST), em Palhoça. Realizado pela Organização Ação Nascente Maquiné (ANAMA), com apoio do Instituto Çarakura e voluntários da comunidade, outros cinco mutirões de plantio de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica ainda serão realizados, em 2024.
Com o objetivo de promover a revegetação e a reabilitação das áreas em processo de restauração ecológica, na área de abrangência do projeto, serão realizadas ações de plantio e manejo em duas ilhas do Rio Maciambu e do Rio da Madre, em Palhoça, onde já foram cortados 7 hectares de pinus, espécie exótica invasora que prejudica o solo e impede o crescimento de espécies nativas de restinga e mangue. Além disso, também serão restaurados três hectares de restinga no entorno do Centro de Visitantes – PAEST, contribuindo com as ações de visitação, educação ambiental e realização de oficinas.
Aline Andrade é voluntária do projeto e pela primeira vez participa de um mutirão de restauração. “Aprendi como é feito o plantio com galharias e a forma certa de plantar. Estou muito feliz em participar de um mutirão como esse, principalmente numa área que está sofrendo com o impacto das queimadas”, ressaltou a participante.
Serão cerca de duas mil (2.000) mudas plantadas pela comunidade no entorno do Centro de Visitantes, intensificando o processo de regeneração natural destas áreas. E outras mil (1.000) mudas serão distribuídas nas duas ilhas, onde está sendo realizado o manejo das espécies exóticas invasoras. “Nessas ilhas, está previsto o plantio de mudas de mangue, produzidas através de propágulos”, afirma o coordenador do Projeto, Dilton de Castro.
“Ao final do projeto, que é realizado com a parceria da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, teremos uma área total de 10 hectares em processo de restauração. Com a retirada do pinus, vamos possibilitar que entre luz nesses ambientes onde estão os manguezais e restingas, proporcionando a melhoria no crescimento da vegetação e o aumento da resiliência de 55 hectares desses ecossistemas, extremamente importantes na mitigação dos impactos das mudanças climáticas, como enchentes e aumento do nível do mar”, ressalta Dilton.
Os mutirões também incluirão a montagem de núcleos de restauração ecológica e a formação dos arranjos funcionais de galharias, que antecedem o plantio de mudas de espécies nativas e proporcionam melhores condições de desenvolvimento da vegetação, importante para recuperação de funções e serviços ecossistêmicos das áreas.
“As ações de plantio e manejo de restauração ecológica do projeto também buscam ter baixa pegada de carbono do início ao fim do processo, ao usarem substrato feito de compostos orgânicos produzidos manualmente pelo Instituto Çarakura e uso de tubetes das mudas com materiais biodegradáveis”, explica a coordenadora das ações de restauração do Instituto Çarakura, Andrea de Oliveira.
Posteriormente aos plantios, uma equipe técnica do projeto realizará o monitoramento e a avaliação da efetividade das técnicas adotadas para a restauração.
Área de abrangência do projeto:
O projeto atua na bacia hidrográfica com o maior índice populacional do Estado de Santa Catarina, onde também estão as principais nascentes de água para abastecimento da Grande Florianópolis. As principais ameaças a esses ambientes vêm da urbanização, de espécies exóticas invasoras, do esgoto, de incêndios e do aumento do nível do mar.
A área de abrangência do projeto inclui áreas protegidas dos municípios de Palhoça, São José e Florianópolis, que, juntos, abrigam comunidades tradicionais indígenas Mbya Guarani, pescadores artesanais, estudantes, professores, entre outras comunidades da região.
