O Projeto Raízes da Cooperação realizou mais um mutirão comunitário de plantio de mudas de mangue e de restinga, desta vez numa ilha no Rio da Madre, em Palhoça. A ilha, situada no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, começou a receber o plantio com o objetivo de promover a restauração ecológica da área, depois do corte de 7,27 hectares de pinus.
Com apoio da comunidade local, especialmente do grupo de remo M´bau Hoe, o plantio de 254 mudas foi concluído em dois pontos da ilha. Foram plantadas mudas de mangue preto e vermelho na região das bordas da ilha. Em outro ponto, mais no interior dela, foi realizado o plantio de espécies de restinga, totalizando uma variedade de 24 espécies diferentes, todas nativas da Mata Atlântica local.
Moradora da Guarda do Embaú, a bióloga Dinan Elayyan, que também é responsável por um site de turismo e de experiências da região, participou do mutirão com o objetivo de entender melhor o ecossistema local. “Além de participar de uma ação coletiva, eu também queria conhecer melhor a natureza dessa área. Foi muito interessante poder participar desse mutirão”, destacou.
Dentro do Projeto Raízes da Cooperação, realizado em parceria com a Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, três áreas diferentes do município de Palhoça estão sendo restauradas: esta ilha no Rio da Madre, uma ilha no Rio Maciambu e também uma área de restinga no entorno do Centro de Visitantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (Paest).
Em 2024, o projeto está realizando o plantio de espécies nativas por meio de mutirões comunitários. Ao todo, serão plantadas 3 mil mudas de espécies de mangues e de restinga nessas ilhas e também no entorno do Centro de Visitantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PAEST), totalizando uma área de 10 hectares. Além dos benefícios ambientais diretos, a conservação destas áreas é capaz de promover a proteção e a resiliência em um total de 54 hectares de mangues, restingas, banhados e florestas do território.
Os manguezais mais austrais do Brasil, localizados em Santa Catarina, possuem importância estratégica no combate às mudanças climáticas. Se comparados aos manguezais em zonas tropicais, alocam mais energia nas estruturas subterrâneas do que nas estruturas aéreas, ou seja, proporcionalmente tendem a estocar mais carbono nos solos.
Além disso, as ações de restauração ecológica que estão acontecendo no PAEST são acompanhadas de monitoramento conforme metodologia proposta pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, adaptada ao projeto. O objetivo é avaliar a eficácia da restauração ao longo do tempo. Entenda melhor aqui:
Saiba mais sobre o Raízes a Cooperação:
O Projeto Raízes da Cooperação, executado pela Ação Nascente Maquiné (Anama), atua com pesquisa científica, restauração ecológica, mobilização social, educação e ciência cidadã, visando a conservação dos manguezais e ecossistemas associados inseridos na região hidrográfica litoral centro de Santa Catarina, que engloba os municípios de Florianópolis, São José e Palhoça. Região com maior índice populacional do estado.
Estas áreas de abrangência do projeto estão inseridas em três Unidades de Conservação: o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e as federais Reserva Extrativista do Pirajubaé e Estação Ecológica Carijós, além da Terra Indígena Morro dos Cavalos. Este mosaico de áreas protegidas abriga comunidades tradicionais Mbya Guarani e de pescadores artesanais. As principais ameaças a esses ambientes vêm da urbanização, de espécies exóticas invasoras, de incêndios, do aumento do nível do mar e do esgoto irregular.
O Projeto Raízes da Cooperação tem apoio de outras instituições, entre elas, a Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Instituto Çarakura, e Agência de Gestão e Educação Ambiental.