Monitorar a restauração de ecossistemas marinho-costeiros, como manguezais e restingas, é um trabalho essencial para avaliar e medir os resultados alcançados. No Projeto Raízes da Cooperação, as ações de restauração ecológica que estão acontecendo em Palhoça, são acompanhadas de monitoramento conforme metodologia proposta pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, adaptada ao projeto.
O objetivo é avaliar a eficácia da restauração ao longo do tempo, com diagnósticos que devem ser feitos antes, durante e depois. “Fazemos uma avaliação inicial com coleta de dados e posteriormente monitoramos as ações, para saber como o ecossistema está respondendo”, ressalta o técnico de campo nas ações de restauração, Mateus Barros.
No Projeto Raízes da Cooperação, realizado com parceria da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, três áreas diferentes do município de Palhoça estão sendo restauradas: uma ilha no Rio da Madre, uma ilha no Rio Maciambu e o entorno do Centro de Visitantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (Paest).
A restauração ecológica dessa área começou pela remoção de 7,7 hectares de pinus, espécie exótica invasora, concluída em dezembro do ano passado. Ao longo de 2024, estão sendo plantadas 3 mil mudas de espécies nativas da Mata Altântica. São 500 mudas de mangue nas ilhas e 2.500 mudas de espécies nativas de restinga no entorno do Paest. Além dos benefícios ambientais diretos, a conservação destas áreas é capaz de promover a proteção e a resiliência em um total de 54 hectares de mangues, restingas, banhados e florestas do território.
“Estabelecemos parcelas de monitoramento (locais específicos) para coleta de dados em 3 áreas diferentes, onde estamos realizando restauração de manguezais e restingas. Para o diagnóstico inicial e o monitoramento final adaptamos a metodologia proposta pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica”, explica Mateus.
O diagnóstico inicial e o monitoramento final identificam os indivíduos em regeneração e a quantidade de espécies que existem dentro de cada parcela. “Isso nos indica o estágio sucessional do ecossistema, a saúde do local, a condição do solo e também de luminosidade. Esses são alguns dos parâmetros utilizados”, destaca o técnico de campo.
Segundo Mateus Barros, a regeneração natural tem um tipo de resposta em áreas onde antes tinha pinus. “Avaliamos a resposta do ambiente a essa ação que a gente fez. Além do monitoramento inicial e final, também estamos realizando avaliações intermediárias, onde fazemos uma descrição qualitativa do processo de sucessão ecológica que está acontecendo, além de observar possíveis fatores estressores que demandam manejos adaptativos”, conclui.
Saiba mais sobre o Raízes a Cooperação:
O Projeto Raízes da Cooperação, executado pela Ação Nascente Maquiné (Anama), atua com pesquisa, educação e restauração, visando a conservação dos manguezais e ecossistemas associados inseridos na região hidrográfica litoral centro de Santa Catarina, englobando áreas do município de Palhoça, São José e Florianópolis.
Essa é a bacia hidrográfica com o maior índice populacional do Estado de Santa Catarina, onde também estão as principais nascentes de água para abastecimento da Grande Florianópolis. As principais ameaças a esses ambientes vêm da urbanização, de espécies exóticas invasoras, do esgoto, de incêndios e do aumento do nível do mar.