Ilhas em Palhoça terão 7 hectares de manguezais e restingas restaurados

Publicado em 28/09/2023
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O Projeto Raízes da Cooperação deu início, em setembro, às ações de restauração de áreas de manguezais e restingas invadidas por pinus em 7 hectares de duas ilhas, uma no Rio da Madre e outra no Rio Maciambu, em Palhoça. Restaurar essas áreas, que correspondem a 7 campos de futebol, envolve, como primeira e importante ação, retirar as espécies exóticas invasoras ali presentes.

Introduzida para produção de celulose em meados dos anos 60, o pinus se dispersou facilmente na região através do vento, por ter facilidade em se adaptar em áreas degradadas por pastagens de gado. É importante ressaltar que a invasão de espécies exóticas é considerada uma das maiores causas da perda de biodiversidade no mundo.

“Por ser uma espécie invasora, o pinus coloniza grandes áreas, competindo e inibindo a regeneração natural de espécies nativas. Seu estabelecimento nessas áreas desencadeia um processo de homogeneização e simplificação da biodiversidade, já que animais e outros organismos já não encontram mais fonte de alimento e abrigo nesses locais”, explica o engenheiro agrônomo, Percy Ney Silva, coordenador técnico e fundador do Instituto Çarakura.

Com parceria da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, o Projeto Raízes da Cooperação está atuando com pesquisa, educação e restauração, visando a conservação dos manguezais e ecossistemas associados inseridos na região hidrográfica litoral centro de Santa Catarina, englobando áreas do município de Palhoça, São José e Florianópolis. Na área de atuação do projeto, os manguezais e restingas sofrem com a expressiva população de pinus, que põe em xeque a sobrevivência desses ecossistemas.

Com apoio do Instituto Çarakura nas ações de restauração do projeto, após cortados, os pinus serão divididos em pedaços menores e colocados em forma de canteiros, que ao longo do tempo proporcionarão matéria orgânica, incremento de carbono e microrganismos no solo. A preparação de canteiros é um processo de recuperação de áreas com solo degradado.

“Esses conjuntos com troncos e galhos das árvores de pinus em diferentes formatos geram acúmulo de material lenhoso, que, ao se decompor, libera nutrientes e melhora a qualidade do solo. Isso facilita o restabelecimento de espécies que se tornaram raras ou ameaçadas, ampliando a capacidade da restauração”, explica Percy.

Esses canteiros feitos com os troncos ajudam também na estabilização do solo nos casos de áreas que apresentam processos erosivos, como os barrancos nas margens de rios e encostas. “Depois de cortados, os pinus não rebrotam, e, se forem plantadas espécies nativas regenerantes, em processos e métodos que aceleram a restauração, as poucas sementes de pinus que brotarem poderão ser usadas como fonte de biomassa rica em nitrogênio. Porém é necessário haver monitoramento periódico associado ao manejo continuado da rebrota”, salienta o engenheiro agrônomo.

Ao retirar o pinus, o Projeto Raízes da Cooperação, executado pela Organização Ação Nascente Maquiné (Anama), está minimizando as ameaças aos ecossistemas em que atua, o que permitirá dar os próximos passos nas ações de restauração ecológica em mangues e ecossistemas associados, tanto nestas ilhas do Rio da Madre e do Rio Maciambu, quanto posteriormente no entorno do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, também em Palhoça. As próximas etapas da restauração, portanto, incluem o plantio de 3 mil mudas nativas e mutirões de manejo nessas áreas de restauração ecológica e áreas de influência, como forma de promover a revegetação e a reabilitação. Em seguida, vem a avaliação e o monitoramento, com o objetivo de analisar a efetividade das técnicas adotadas. Para isso, será usado como referência o Protocolo de Monitoramento do PACTO pela Restauração da Mata Atlântica.

“Ao final do projeto, teremos uma área total de 10 hectares em processo de restauração. Com a retirada do pinus, vamos possibilitar que entre luz nesses ambientes onde estão os manguezais e restingas, proporcionando a melhoria no crescimento da vegetação e o aumento da resiliência de 80ha desses ecossistemas, extremamente importantes na mitigação dos impactos das mudanças climáticas, como enchentes e aumento do nível do mar”, ressalta o coordenador do projeto, Dilton de Castro.

Mais informações:
Jornalista Responsável:
Gisele Elis (MTB 6822)
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Dilton de Castro
Coordenador do Projeto
(51) 99355-2254

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