Grande Florianópolis ganha projeto para a conservação dos manguezais e restingas

Publicado em 18/09/2023
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Os manguezais da Grande Florianópolis ganharam um importante aliado à sua conservação: o Projeto Raízes da Cooperação. Além deles, áreas de restingas, banhados, dunas, lagoas, rios e outros ecossistemas associados também se beneficiarão.

O projeto atua na bacia hidrográfica com o maior índice populacional do Estado de Santa Catarina, onde também estão as principais nascentes de água para abastecimento da Grande Florianópolis. As principais ameaças a esses ambientes vêm da urbanização, de espécies exóticas invasoras, do esgoto, de incêndios e do aumento do nível domar.

A área de abrangência do projeto inclui áreas protegidas dos municípios de Palhoça, São José e Florianópolis, que juntos, abrigam comunidades tradicionais indígenas Mbya Guarani, pescadores artesanais, estudantes, professores, entre outras comunidades da região.

Resultado de uma grande cooperação entre instituições públicas, organizações da sociedade civil, unidades de conservação e comunidade, o projeto, realizado pela organização Ação Nascente Maquiné, tem foco na mitigação e na adaptação às mudanças climáticas.

Com parceria da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, são previstas ações de restauração ecológica de manguezais e restingas (controle de espécie exótica e revegetação), de educação ambiental e mobilização social (seminários, cursos, oficinas, encontros, mutirões), além de pesquisas científicaspara modelagem de estoque e sequestro de carbono nos manguezaisem cenários de aumento no nível do mar na Grande Florianópolis, e sobre a fixação de carbono em áreas de manguezais naturais e urbanizados.

Onde as ações estão acontecendo?

As ações são localizadas nas Unidades de Conservação e entorno do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (Palhoça), Estação Ecológica Carijós e Reserva Extrativista Pirajubaé (Florianópolis) e, ainda, na Terra Indígena Mbya Guarani Morro dos Cavalos (Palhoça).

As ações de restauração têm apoio do Instituto Çarakura e do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, através do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, e serão todas em Palhoça, num total de 10 hectares, considerando ações de conservação e restauração de 7 hectares de manguezais duas ilhas, nos Rios da Madre e Maciambu, e 3 hectares de restinga no entorno do Centro de Visitantes do Parque. Além dos benefícios ambientais diretos nos 10 ha restaurados, a conservação desta área é capaz de promover a proteção e a resiliência em um total de 80 hectares de mangues, restingas, banhados e florestas.

Ciência Cidadã, Educação Ambiental e Mobilização Social:

Ciência Cidadã, educação ambiental e mobilização social envolvem a realização de seminários, cursos, oficinas, encontros e mutirões. Um curso teórico e prático de capacitação para o desenvolvimento da Ciência Cidadã será desenvolvido nas escolas e unidades de conservação, com foco no monitoramento participativo dos manguezais através de um aplicativo produzido pelo projeto.

Em Florianópolis, as ações de Ciência Cidadã do projeto têm apoio da UFSC, através do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, e da Agência de Gestão e Educação Ambiental (AGEA), e serão voltadas para as comunidades do entorno da Estação Ecológica Carijós e Reserva Extrativista Pirajubaé. Essas duas Unidades de Conservação protegem os maiores remanescentes de manguezais da Ilha de Santa Catarina. Além disso, as escolas próximas ao Parque Serra do Tabuleiro, em Palhoça, também estão inseridas nessas ações.

As atividades de Ciência Cidadã devem beneficiar mais de 1.200 mil pessoas do entorno dessas áreas protegidas.

Fixação de carbono e aumento do nível do mar serão alvo de pesquisas científicas

Duas pesquisas científicas, com apoio do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFSC, serão desenvolvidas ao longo do projeto. Uma delas está relacionada com fixação de carbono pelos manguezais, em áreas de São José e Florianópolis. A outra pesquisa prevê o estudo de impactos das mudanças climáticas, e o consequente aumento do nível do mar, no estoque e no sequestro de carbono pelos manguezais da região.

Mais informações:
Jornalista Responsável:
Gisele Elis (MTB 6822)
(48)99182-9013

Dilton de Castro
Coordenador do Projeto
(51) 99355-2254

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